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Série: Mr. Robot (2015)

  • Foto do escritor: Anna MK
    Anna MK
  • 19 de jan. de 2016
  • 4 min de leitura

Mr. Robot é uma série de drama americana criada por Sam Esmail. A série possui uma temporada (já renovada para uma segunda) com 10 episódios. Premiada com o Globo de Ouro e Critics Choice Award de Melhor Série de Drama, Mr. Robot começou a ser exibida no dia 24 de junho de 2015 nos EUA e aqui no Brasil é possível assisti-la no canal de TV paga ‘Space’.

A trama acompanha a vida do hacker Elliot Alderson (Rami Malek) que mora em Nova York e trabalha na AllSafe, uma companhia de segurança cibernética. Ele é um programador na empresa, mas é um hacker vigilante nas horas vagas e tem a mania de descobrir informações de todos ao seu redor, sendo esse o único jeito que ele encontra para se “relacionar” com as pessoas.

A primeira vista e ao ler uma sinopse bem breve, pode-se ter a ideia errada de que Mr. Robot é apenas mais uma série e que se trata simplesmente de um jovem que é hacker, o que não é verdade, pois a história vai além disso e tem muito a oferecer.

Logo no primeiro episódio percebe-se o quão complexo e problemático o personagem de Elliot verdadeiramente é. Atormentado pela ansiedade social e a depressão crônica, ele vive a maior parte do tempo isolado em seu apartamento. Elliot teve uma mãe abusiva e perdeu o pai para a leucemia ainda criança, por culpa da empresa na qual o pai trabalhava a E-Corp, por isso ele não tem família e é muito solitário. A personalidade complexa dele é muito bem explorada e o que logo chama a atenção é como esta série mostra de forma natural a vulnerabilidade desse personagem masculino, o que geralmente não se vê muito nem na TV nem no cinema, pois estaria de alguma forma acabando com a ‘masculinidade’ do personagem.

("O que as pessoas normais fazem quando elas ficam tão tristes assim?")

A atuação de Rami Malek, ganhador do Critic's Choice Award de Melhor Ator em série de Drama, é excepcional e o ator lidera muito bem a série, rodeado de outros atores também talentosos. Os personagens, assim como o principal, são complexos, muito bem escritos e desenvolvidos em suas personalidades e caráter.

Um personagem que merece destaque por sua importância na série é "Mr. Robot", vivido pelo também premiado Christian Slater (vencedor do Globo de Ouro e do Critic's Choice como Melhor Ator Coadjuvante), um anarquista que lidera um grupo de hackers chamado fsociety que busca mudanças e também acabar com empresas como a E-Corp. Depois de observar Elliot por um tempo, ele acaba recrutando-o para fazer parte do grupo também.

É a partir desse grupo de hackers e do próprio Elliot que a série, logo em seu primeiro episódio, lança críticas duras à sociedade, seus governantes e à cultura consumista do mundo atual. Os pensamentos e as falas do protagonista estão presentes o tempo todo nos fazendo questionar tudo ao nosso redor e ele também acaba nos mostrando que pessoas que aparentemente são mais "sociáveis", também se sentem sozinhas e que muitos de nós buscam aceitação e conforto em redes sociais e na internet em geral.

Outro ponto forte da série é a fotografia, com a escolha inteligente de cores e contrastes e também a trilha sonora que se encaixa perfeitamente com o clima e a tensão que a série passa. Chega a ser um ritmo cibernético, que é facilmente assimilado aos episódios e as situações dramáticas. As cenas e a maneira como é filmada a série também é incrível, como quando é mostrado os personagens durante um diálogo ou quando Elliot caminha por Nova York. Entramos nesse mundo junto com ele e é fácil se sentir conectado com o personagem e as situações que ele encontra pelo caminho.

A escrita da série é excepcional e deveria servir de exemplo para muitas séries por aí. A equipe de roteiristas está de parabéns por conseguir fazer com que cada episódio se torne especial e que a história nunca se perca, além de seus personagens crescerem sempre a cada episódio. Aliás outro destaque são as personagens femininas, muito bem escritas. Elas têm vontade própria e motivações pessoais além de serem determinadas e extremamente corajosas.

Angela Moss (Portia Doubleday) é amiga de infância de Elliot e trabalha também na AllSafe. Ela também perdeu a mãe quando era pequena. Darlene (Carly Chaikin) é um dos hackers que participa da fsociety. Shayla (Frankie Shaw) fornecedora de drogas de Elliot, com que tem uma relação próxima.

A série também se destaca pela diversidade e representativa que possui. Ambos o ator Rami Malek e o criador da série Sam Esmail tem descendência egípcia.

Assim como temos a personagem Trenton (Sunita Mani) que é uma hacker filha de iranianos.

o personagem Tyrell Wallick (Martin Wallstrom), Vice-Presidente Sênior de Tecnologia da empresa E Corp, é bissexual.

Há também Gideon Goddard (Michel Gill), CEO da Allsafe Cybersecurity, é gay e a relação com seu parceiro é mostrada de maneira natural, assim como a reação dos outros personagens a isso.

Além de todos esses personagens, o criador da série ainda falou sobre a possível inclusão de uma personagem lésbica na segunda temporada, assim como a importância e o foco maior que a personagem trans e também importante hacker White Rose terá nesses novos episódios.

Mr. Robot chega a TV com uma estória muito bem formulada sobre hackers e em um momento em que a mídia, mesmo com cada vez mais séries e filmes, ainda peca na qualidade, diversidade e em uma trama que realmente prende, evolui e continua surpreendendo mesmo após alguns episódios. Sem dúvidas, é uma das melhores séries que estreiaram em 2015 e que continuará fazendo sucesso em 2016.

 
 
 

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