Ida (2013)
- Anna MK
- 11 de out. de 2015
- 2 min de leitura

Meio estranho começar com as reviews (que há tanto tempo venho planejado escrever) com um filme que acabou não se tornando tão impactante para mim quanto o trailer me deixou pensar.
Ida é um filme polonês dirigido por Pawel Pawlikowski e vencedor do Oscar de Melhor filme estrangeiro em 2015.
A estória se passa na Polônia pós Segunda Guerra em 1961 e gira em torno de Anna, uma órfã criada por freiras. Antes que ela pudesse fazer seus votos, sua mestra lhe diz para ir encontrar com sua única família, sua tia Wanda. A tia se mostra ser o completo oposto de Anna, causando em sua vida um baque, lhe mostrando um estilo de vida completamente diferente do que ela estava acostumada, o que é interessante de se ver. A relação das duas logo chama a atenção e consegue emocionar, principalmente pelo fato de Anna ser tão parecida com a mãe que nunca chegou a conhecer.
Logo ao encontrá-la, Anna descobre o seu verdadeiro nome: Ida, e também o fato de ela ser judia e de seus pais terem sido mortos durante a guerra. As duas então partem em uma jornada para descobrir quem elas realmente são e onde pertencem, além de tentar encontrar os restos mortais dos pais de Ida para poder dar a eles um enterro digno.
O filme é bastante belo visualmente com uma fotografia linda em preto e branco, mas o problema é o fato de que o meu interesse pelo filme acabe por aí. A estória se monstra interessante, sim, mas não pude deixar de esperar que o enredo se desenrolasse mais. Senti falta de maiores conflitos com o descobrimento do passado de Ida, muitas vezes parecia que não conseguia sentir nada, nenhum sentimento por parte de Ida quanto a sua origem.
É interessante ressaltar que, apesar das ótimas críticas, muitos poloneses e até o ministro polonês das Relações Exteriores, Grzegorz Schetyna acabaram achando que abordar o tema judeu e Holocausto pode ter contribuído para que o filme tivesse mais reconhecimento. Pode ser verdade, até porque muitos filmes que retratam esses fatos acabam fazendo sucesso, mas para mim muitas vezes esses temas se tornam usados demais em filmes e acaba sendo chato rever sempre o mesmo assunto sendo abordado.

Uma citação interessante que encontrei em uma crítica sobre o filme retrata muito bem o que senti ao ver o filme:
"O filme não escapa ao perigo de se deixar contaminar por sua própria estética - caso dos planos que exageram no formato escolhido colocando os personagens em um canto, espremidos em relação ao espaço ao redor, como se isto supostamente trouxesse um significado", disse o crítico Benoît Smith.
E é exatamente nesse ponto que concordo com o crítico, muitas vezes o simples uso de técnicas possivelmente usadas para tornar o filme belo e poético não é suficiente para fazer com que ele se torne interessante ao público em geral.
Enfim, filme lindo visualmente, mas que senti que faltou algo a mais para torná-lo interessante por completo e não só pela parte técnica.
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